Uma cozinha pequena,
uma lareira grande
e uma fogueira
de chamas a crepitar.
As varas com os enchidos,
na enorme chaminé,
lembravam a matança do porco,
ritual antigo do inverno.
Lá fora, geada e vento.
Tão frio era o inverno.
Era dezembro, mês de Natal.
A tua casa era modesta, mas ampla.
Nela morava o meu aconchego
nos longos serões de inverno,
até adormecer
no calor da lareira.
No teu colo, pela rua iluminada
pelos pirilampos que a ladeavam,
percorríamos o caminho de volta
à minha casa, um pouco acima.
Quando acordava de manhã,
ainda sentia o calor
do teu colo
e da lareira acesa.
13.12.2025